Legado de Damásio de Jesus: Sua Inspiração para Várias Gerações

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Em que livros estudar?

William Alfred Waddell: A Jornada Épica do Missionário Estadista que Transformou Vidas e Deixou um Legado Duradouro!

Ingressou no Union College, no qual se bacharelou em Artes e Ciências, formou-se em Engenharia Civil (1882) e foi membro da fraternidade cultural Phi Beta Kappa.

William Alfred Waddell sentindo a vocação ministerial, matriculou-se no Seminário de Princeton, onde concluiu em dois anos (1883-1885) o curso teológico com duração de três anos.

O Presbitério de Albany licenciou-o em abril de 1886 e no dia 2 de abril de 1887 ele foi ordenado pelo Presbitério de Los Angeles, em San Diego. Seu primeiro pastorado foi na Igreja de San Pedro, na Califórnia. 

Em 1894, recebeu do Union College, o título de Doutor em Filosofia. Em 1910, o grau de Doutor em Divindade, honoris causa.

Waddell deixou seu país em 20 de agosto de 1890 e chegou ao Brasil no dia 19 de setembro, a bordo do navio Aliança. Atuou na Missão Central do Brasil, que era uma missão evangélica de disseminação do presbiterianismo, foi um dos fundadores do Ginásio Mackenzie e do Mackenzie College em São Paulo (Brasil) onde instalou em fevereiro de 1896 e dirigiu a Escola de Engenharia (Universidade Presbiteriana Mackenzie), que foi a primeira escola de engenharia de ensino privado no Brasil. Entre 1914 e 1927, foi o presidente do Mackenzie College. 

Waddell pregava um processo civilizador, buscando trazer para o Brasil rural do final do século XIX a educação nos moldes estadunidense, mas que se adequasse à realidade do país, sobretudo interioranos, como ocorreu no interior da Bahia com a criação da escola Instituto Ponte Nova em 1906 como uma escola de educação integral, tendo o trabalho como parte importante da prática educativa, e criação de hospital, estruturas que favoreceram o desenvolvimento daquela parte do sertão baiano, no Brasil, mantidos com recursos próprios da missão de catequese. Ele também fundou o Instituto José Manuel da Conceição, na cidade de Jandira, perto de São Paulo em 1928.

Casamento e Família

Waddell casou em 1890 com Mary Elizabeth Lenington (filha do Rev. Robert Lenington), que veio a falecer em 2 de novembro de 1893 quando teve o primeiro filho, que também morreu. 

Waddell anos depois quando foi trabalhar na Bahia, onde substituiu o Rev. John Benjamin Kolb, conheceu Laura Annesley Chamberlain, a filha mais velha do Rev. George W. Chamberlain  que veio a se casar no dia 12 de janeiro de 1897, em Feira de Santana.

Seu filho Rev. Richard Lord Waddell foi missionário da PCUSA na região do rio São Francisco a partir de 1931, tendo trabalhado em Santa Maria da Vitória, Cocos, Bom Jesus da Lapa, Sítio do Mato e outros locais. Depois, como o pai, foi presidente do Instituto Mackenzie. Era casado com Margaret P. Grotthouse, que foi professora no Instituto JMC. A partir de 1944, teve participação direta na obra missionária em Portugal, para a qual conseguiu o apoio integral das igrejas presbiterianas dos Estados Unidos. Enviado pela Junta de Nova York, ajudou a criar a Junta Presbiteriana de Cooperação em Portugal e lecionou no Seminário de Lisboa.

Outro filho, Kenneth Chamberlain Waddell (1898-1959), nascido em Feira de Santana, cursou engenharia no Mackenzie e medicina no Albany Medical College. Foi docente em ginecologia no Albany Hospital e em cirurgia no Henry Hospital, em Detroit. No Brasil, clinicou na Bahia (Ponte Nova), em Belém e no Rio de Janeiro. Foi missionário da PCUSA de 1928 a 1933 e era casado com Grace E. Moldenhawer.

O casal Waddell também teve três filhas: Helen, Agnes e Mary. Helen A. Waddell foi missionária no Brasil de 1925 a 1930.

Falecimento

William Alfred Waddell, Entrou na Plenitude da Vida em 22 de fevereiro de 1939, conforme descrito na lapide que encontra-se no Cemitério dos Protestantes da Consolação na cidade de São Paulo (Brasil).

Referencia:

William Alfred Waddell (1862-1938): Uma Vida a Serviço de um Povo HOMENAGEM do INSTITUTO JOSÉ MANUEL DA CONCEIÇÃO retirado do site: (https://jmc.org.br/2015/11/06/william-alfred-waddell-por-carlos-pizarro)

A História da Escola de Engenharia. Retirado do site: (http://www.mackenzie.br/historico1.html) 

Ester Fraga Vilas-Bôas Carvalho do Nascimento, ―O Instituto Ponte Nova da Bahia‖, artigo não-publicado, 2003.

Raimundo Faoro: Biografia

faoro

Filho de agricultores, Attilio Faoro e Luisa D’Ambros. A família, de imigrantes italianos originários de Arsiè, província de Belluno depois de 1930 sua família mudou-se para a cidade de Caçador (SC). Lá fez o curso secundário, no Colégio Aurora.

Como Procurador do Estado, na função destacou-se como um dos mais importantes juristas do Brasil, especialmente reconhecido e bastante respeitado pela sua contribuição às Ciências Sociais.

Atuou como articulista em diversos jornais e foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, a OAB (1977-1979). Lutou pelo fim dos Atos Institucionais e ajudou a consolidar o processo de abertura democrática nos anos 70. Com ele a sede da OAB, no Rio, transformou-se num front de resistência pacífica contra o regime militar.

Na política diretamente lutou pela redemocratização do País, defendeu o fim dos Atos Institucionais do regime militar e participou ativamente no governo João Figueiredo, na campanha pela anistia ampla, geral e irrestrita. Com a anistia e a retomada das liberdades políticas, a casa de Faoro nas Laranjeiras tornou-se lugar de encontro de políticos como Tancredo Neve e Luís Inácio Lula da Silva. Este propôs, sem sucesso, que Faoro entrasse na disputa presidencial em 1989, como candidato a vice-presidente.

Faoro foi o quinto ocupante da Cadeira nº 6, na ABL – Academia Brasileira de Letras, eleito em 23 de novembro de 2000, na sucessão de Barbosa Lima Sobrinho e recebido pelo Acadêmico Evandro Lins e Silva em 17 de setembro de 2002. Recebeu o Prêmio José Veríssimo da Academia Brasileira de Letras (1959); o Prêmio Moinho Santista de Ciências Sociais (1978) e a Medalha Teixeira de Freitas, do Instituto dos Advogados do Brasil.

Faleceu no Rio de Janeiro em 15 de maio de 2003, vítima de enfisema pulmonar, aos 78 anos, no Rio de Janeiro, sendo velado na ABL e enterrado no Cemitério São João Batista.

Obras publicadas por Faoro:

Os donos do poder. Porto Alegre, Editora globo, 1958. Está na 15ª edição.

Machado de Assis – A pirâmide e o trapézio. Rio de Janeiro, 1975. Está na 3ª edição.

A Assembleia Constituinte – A legitimidade recuperada. Rio de Janeiro, Brasiliense, 1980. Está na 5ª edição.

Existe um pensamento político brasileiro? Rio de Janeiro, Editora Ática, 1994.

A República Inacabada (org. Fábio Konder Comparato). São Paulo, Editora Globo, 2007. (Coletânea de textos)

A Democracia Traída (org. Mauricio Dias). São Paulo, Editora Globo, 2008. (Entrevistas 1979-2002)

Fonte pesquisada:

Biografia de Raymundo Faoro. Academia Brasileira de Letras.

<http://www.academia.org.br/academicos/raymundo-faoro>. Consultado em 24 de janeiro de 2017.

Procuradoria adquire biblioteca de Raymundo Faoro. Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro. 27 de dezembro de 2013. <http://www.rj.gov.br/web/pge/exibeConteudo?article-id=1908319 >. Consultado em 24 de janeiro de 2017.

Jornal Informe. Vida de Ernesto Faoro inspira reunião da Fecomércio SC em Caçador. <http://www.jornalinforme.com.br/cacador/index.php/editorias/economia/item/2079-vida-de-ernesto-faoro-inspira-reuniao-da-fecomercio-sc-em-cacador>. Consultado em 24 de janeiro de 2017.

Sobral Pinto: A Trajetória do Maior Advogado do Brasil que Desafiou Poderes e Defendeu a Justiça

Um dos mais memoráveis nomes da história jurídica brasileira,Heráclito Fontoura Sobral Pinto o “Dom Quixote das cartas de protesto”, o “Compêndio cívico de carne e osso”, o “Guardião da democracia”, nasceu em 05 de novembro de 1893, na cidade de Barbacena estado de Minas Gerais. Filho de um casal pobre, Priamo Cavalcanti Sobral Pinto e Idalina Fontoura Sobral Pinto, quando tinha 3 anos de idade a família mudou-se para Porto Novo do Cunha, na divisa de Minas com o Rio de Janeiro.

Sobral Pinto

Passou a adolescência em Nova Friburgo (RJ), onde estudou no Colégio Anchieta, coordenado por padres jesuítas. Foi aí que modelou a religiosidade que o acompanhou por toda a vida. Presidiu o Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) e exerceu vários mandatos como membro do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) representando, alternadamente, os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Agraciado com a Medalha Rui Barbosa no dia 5 de novembro de 1971, na gestão de José Cavalcanti Neves.

Sobral Pinto adquiriu as primeiras noções de justiça discutindo política com o pai. Formou-se em Direito em 1917 na Faculdade Nacional de Direito do Rio de Janeiro (Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ), onde deu início a sua luta em defesa das liberdades. Foi um dos fundadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, onde lecionou Direito Penal até 1963, além de lecionar Filosofia na Faculdade Nacional de Filosofia.

Sobral Pinto não era um Advogado, ele era O ADVOGADO! Assim como Rui Barbosa se consagrou defendendo os oprimidos e até os adversários, Sobral Pinto foi um jurista defensor dos direitos humanos, nos dois períodos de exceção por que passou o Brasil: a DITADURA DO ESTADO NOVO, com Getúlio Vargas (1937/1945) e na DITADURA MILITAR, com o Regime Militar (1964/1985).

O ex-governador da Guanabara, Carlos Lacerda, que se tornou amigo e admirador de Sobral Pinto não esperava, um dia, ser defendido por ele. Lacerda que pertencia à turma dos jovens boêmios da famosa “Taberna da Glória”, composta por ele, por Mário de Andrade, Rubem Braga, Vinícius de Moraes, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Dorival Caymmi, já atuara, como estudante de direito, auxiliando o grande criminalista Evandro Lins e Silva.

E, em 1935, Lacerda foi designado por Luiz Carlos Prestes para ser o orador do “Manifesto Comunista”, como a jovem presença da militância comunista. Mas não sabia Lacerda que viria a ser defendido por Sobral Pinto, como governador da Guanabara e, ao mesmo tempo, Sobral Pinto defendia também Miguel Arraes, governador de Pernambuco. Duas posições políticas completamente divergentes.

O jurista Sobral Pinto era assim. Não importava a ideologia de seu cliente, o que importava é se lhe assistia o Direito e se sua causa era justa. Com este pensamento durante o governo Vargas, embora adversário do Partido Comunista e católico praticante, atuou como advogado de dois de seus líderes, Luís Carlos Prestes e Harry Berger, que considerou privados do direito de defesa. É de sua autoria o famoso habeas corpus no qual evocou a Lei de Proteção aos Animais na tentativa de coibir os maus tratos sofridos pelos presos políticos no cárcere.

Com esse mesmo pensamento, defendeu Luiz Carlos Prestes e conseguiu, depois de muita luta e insistência junto aos militares, obter de Prestes o reconhecimento de sua filha com Olga Benário e, em seguida, enviar para a Alemanha, onde a mãe de Olga, com esse documento, pode conseguir a guarda de Anita que acabara de nascer.

Defendeu a posse de Juscelino Kubistchek na Presidência da República e, ao depois, Juscelino o convida para ser Ministro do Supremo Tribunal Federal. Porém Sobral não aceita com argumentação que era impedido pela ética por lhe ter o defendido na posse da presidência.

Em 1964 Sobral Pinto foi o primeiro a chamar o regime militar de DITADURA. Com a decretação do Ato Institucional nº 5 (AI-5), defende gratuitamente os presos políticos. 

Defensor da democracia como poucos, Sobral Pinto, embora com idade avançada, participou ativamente nos anos 80 do movimento pelas “Diretas Já”, que iria restabelecer a democracia no nosso País.  

Obras de Sobral Pinto Lições de Liberdade (1977) e Teologia da Libertação: Materialismo Marxista na Teologia Espiritualista (1984), entre outros.

Uma Lição de Direito e Democracia

Vejam que lição de Justiça e de Democracia. Na citação dada na coluna do Blog do Augusto Nunes, pode-se ver o que foi SOBRAL PINTO e que ele não era realmente um Advogado, mas O ADVOGADO!

É uma lição:

O advogado Heráclito Fontoura Sobral Pinto e o poeta Augusto Frederico Schmidt eram amigos de muitos anos quando conversaram por telefone em 16 de outubro de 1944. Schmidt, além de versos, sabia também fazer dinheiro como editor, intermediário de transações financeiras e ocupante de cargos públicos. (Seria ele o poeta federal que tira ouro do nariz no poema de Carlos Drummond de Andrade). Naquele outubro, quem ligou foi o empresário Schmidt, para pedir ao jurista que reservasse todo o dia 20 a um só compromisso: examinar a vasta documentação que lhe permitiria representá-lo numa causa de natureza trabalhista.

Sobral Pinto informou que, antes de aceitar a proposta, teria de verificar se o candidato à cliente tinha razão. Advogado não é juiz, replicou Schmidt. Ouviu outra vez que o convite só seria aceito depois do exame eliminatório. Como tudo teria de ser feito até o dia 21, Sobral Pinto sugeriu que Schmidt contratasse outro advogado. A conversa não deve ter terminado bem, atesta a carta remetida pelo jurista na manhã seguinte. Roberto Sobral Pinto Ribeiro, neto da figura admirável, enviou-me cópia da carta. É uma luminosa aula de Direito. E uma lição de vida irretocável.

O primeiro e mais fundamental dever do advogado é ser o juiz inicial da causa que lhe levam para patrocinar”, ensina um dos trechos. “Incumbe-lhe, antes de tudo, examinar minuciosamente a hipótese para ver se ela é realmente defensável em face dos preceitos da justiça. Só depois de que eu me convenço de que a justiça está com a parte que me procura é que me ponho à sua disposição”. A regra vale também para velhos amigos: “Não seria a primeira vez que, procurado por um amigo para patrocinar a causa que me trazia, tive de dizer-lhe que a justiça não estava do seu lado, pelo que não me era lícito defender seus interesses”.

Outros trechos ensinam a proteger os códigos éticos da profissão de socos e pontapés hoje desferidos tão rotineiramente: “A advocacia não se destina à defesa de quaisquer interesses. Não basta a amizade ou honorários de vulto para que um advogado se sinta justificado diante de sua consciência pelo patrocínio de uma causa. (…) O advogado não é, assim, um técnico às ordens desta ou daquela pessoa que se dispõe a comparecer à Justiça. (…) O advogado é, necessariamente, uma consciência escrupulosa ao serviço tão só dos interesses da justiça, incumbindo-lhe, por isto, aconselhar àquelas partes que o procuram a que não discutam aqueles casos nos quais não lhes assiste nenhuma razão”.

A aula termina com palavras que deveriam ser reproduzidas em bronze nos pórticos e auditórios das faculdades de Direito:  “É indispensável que os clientes procurem o advogado de suas preferências como um homem de bem a quem se vai pedir conselho. (…) Orientada neste sentido, a advocacia é, nos países moralizados, um elemento de ordem e um dos mais eficientes instrumentos de realização do bem comum da sociedade”.

Pelo que andam fazendo nestes tempos tristonhos, poucos advogados sabem disso. Muitos dirão que isso é utopia! NÃO, ISSO É ÉTICA E CONSCIÊNCIA JURÍDICA E CÍVICA!

Sobral foi Humanista exemplar ganhou notoriedade como advogado engajado nas lutas contra as injustiças políticas e sociais de seu tempo. Ele assinou manifestos contra regimes ditatoriais, sofreu perseguições e, sempre fiel aos princípios democráticos mantendo, também, grande independência de pensamento e de ação.

Em 1983, depois de alguns anos afastados do trabalho, voltou ao tribunal do júri para defender um vizinho em um caso simples de tentativa de homicídio. Estava ele com 90 anos de idade. Sua presença no tribunal lotou o auditório. Ganhou a causa e o acusado foi absolvido.

Heráclito Fontoura Sobral Pinto faleceuno dia 30 de janeiro de 1991 numa manhã de sábado, em casa, no bairro carioca de Laranjeiras. Aos 98 anos de idade.

Referências

Delmanto. Sobral Pinto: O Advogado! Blog do Delmanto. Disponível em: <blogdodelmanto.blogspot.com.br/2011/11/sobral-pinto-o-advogado.html>

Augusto Nunes. A falta que faz um Sobral Pinto. Coluna de Augusto Nunes. Publicado em 22 de maio de 2009 em Direto ao Ponto. Disponível em <http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/a-falta-que-faz-um-sobral-pinto>

Morre, o defensor dos direitos do homem. Jornal do Brasil. Disponível em: < www.jblog.com.br/hojenahistoria.php?itemid=28756>

Heráclito Fontoura Sobral Pinto. Medalha Rui Barbosa. Centro Cultural Evandro Lins e Silva <www.oab.org.br/centrocultural/agraciadosmedalhasobralpinto.asp>

Hemerson Gomes Couto. Bacharel em Direito pela Faculdade Integrada de Cacoal – UNESC, especialista em direito da criança e do adolescente, Escritor, Blogueiro.  publicado originalmente em 26 de agosto de 2013 no site <http://www.hgcoutoconsultoria.com.br/direito-em-foco/maior-advogado-do-brasil>. 

Sucesso ou Fracasso a escolha é sua a incrível historia de Soichiro Honda

senna e honda

Soichiro Honda faleceu em 5 de agosto de 1991 em Tóquio aos 84 anos de insuficiência hepática.

No final de 1999, Soichiro é eleito por jornalistas do mundo inteiro, o “Motociclista do Século”.

Eu vivo no presente, para construir o futuro, com a experiência do passado” Soichiro Honda.

Referencias Biográficas:

SOICHIRO HONDA. <andrecerberus.com/2010/11/07/soichiro-honda>. Acesso 28/06/14.

Soichiro Honda. <pt.wikipedia.org/wiki/Soichiro_Honda>. Acesso 28/06/14.

Acredite em seus sonhos – Honda. <www.youtube.com/watch?v=YE6cIHSoIJY>. Acesso 28/06/14.


Explorando o Universo Literário de Machado de Assis: Biografia, Obras e Contos que Cativam Vidas!

Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta. De saúde frágil, epilético, gago, sabe-se pouco de sua infância e início da juventude. Criado no morro do Livramento, consta que ajudava a missa na igreja da Lampadosa.

Com a morte do pai, em 1851, Maria Inês, à época morando em São Cristóvão, emprega-se como doceira num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. No colégio tem contato com professores e alunos e é até provável que assistisse às aulas nas ocasiões em que não estava trabalhando.  

Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender.  Consta que, em São Cristóvão, conheceu uma senhora francesa, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições de Francês. Machado de Assis Contava, também, com a proteção da madrinha D. Maria José de Mendonça Barroso, viúva do Brigadeiro e Senador do Império Bento Barroso Pereira, proprietária da Quinta do Livramento, onde foram agregados seus pais. 

Machado de Assis aos 16 anos de idade publica em 12 de janeiro de 1855 seu primeiro trabalho literário, o poema “Ela”, na revista Marmota Fluminense, de Francisco de Paula Brito. A Livraria Paula Brito acolhia novos talentos da época, tendo publicado o citado poema e feito de Machado de Assis seu colaborador efetivo.

Já com 17 anos de idade, consegue emprego como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, e começa a escrever durante o tempo livre.  Conhece o então diretor do órgão, Manuel Antônio de Almeida, autor de Memórias de um sargento de milícias, que se torna seu protetor.

No ano de 1858 volta à Livraria Paula Brito, como revisor e colaborador da Marmota, e ali integra-se à sociedade lítero-humorística Petalógica, fundada por Paula Brito. Lá constrói o seu círculo de amigos, do qual faziam parte Joaquim Manoel de Macedo, Manoel Antônio de Almeida, José de Alencar e Gonçalves Dias.

Machado de Assis começa a publicar obras românticas e, em 1859, era revisor e colaborava com o jornal Correio Mercantil.  No ano de 1860, a convite de Quintino Bocaiúva, passa a fazer parte da redação do jornal Diário do Rio de Janeiro. Além desse, escrevia também para a revista O Espelho (como crítico teatral, inicialmente), A Semana Ilustrada (onde, além do nome, usava o pseudônimo de Dr. Semana) e Jornal das Famílias. 

Seu primeiro livro foi impresso em 1861, com o título Queda que as mulheres têm para os tolos, onde aparece como tradutor. 

No ano de 1862 era censor teatral, cargo que não rendia qualquer remuneração, mas o possibilitava a ter acesso livre aos teatros. Nessa época, passa a colaborar em O Futuro, órgão sob a direção do irmão de sua futura esposa, Faustino Xavier de Novais. 

Publica seu primeiro livro de poesias em 1864, sob o título de Crisálidas. 

No ano de 1867, é nomeado ajudante do diretor de publicação do Diário Oficial. Em Agosto de 1869 marca a data da morte de seu amigo Faustino Xavier de Novais, e, menos de três meses depois, em 12 de novembro de 1869, casa-se com Carolina Augusta Xavier de Novais.

Nessa época, o escritor era um típico homem de letras brasileiro bem sucedido, confortavelmente amparado por um cargo público e por um  casamento feliz que durou 35 anos. D. Carolina, mulher culta, apresenta Machado aos clássicos portugueses e a vários autores da língua inglesa. Sua união foi feliz, mas sem filhos. A morte de sua esposa, em 1904, é uma sentida perda, tendo o marido dedicado à falecida o soneto Carolina, que a celebrizou. Seu primeiro romance, Ressurreição, foi publicado em 1872. 

Com a nomeação para o cargo de primeiro oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, estabiliza-se na carreira burocrática que seria o seu principal meio de subsistência durante toda sua vida.  

No O Globo de então (1874), jornal de Quintino Bocaiúva, começa a publicar em folhetins o romance A mão e a luva. Escreveu crônicas, contos, poesias e romances para as revistas O Cruzeiro, A Estação e Revista Brasileira. 

Na Gazeta de Notícias, no período de 1881 a 1897, publica aquelas que foram consideradas suas melhores crônicas.

Em 1881, com a posse como ministro interino da Agricultura, Comércio Obras Públicas do poeta Pedro Luís Pereira de Sousa, Machado assume o cargo de oficial de gabinete. Nesse mesmo ano, publica, um livro extremamente original, pouco convencional para o estilo da época: Memórias Póstumas de Brás Cubas — que foi considerado, juntamente com O Mulato, de Aluísio de Azevedo, o marco do realismo na literatura brasileira.

Extraordinário contista publica Papéis Avulsos em 1882, Histórias sem data (1884), Vária Histórias (1896), Páginas Recolhidas (1889), e Relíquias da casa velha (1906).

Torna-se diretor da Diretoria do Comércio no Ministério em que servia, no ano de 1889.

Grande amigo do escritor paraense José Veríssimo, que dirigia a Revista Brasileira, em sua redação promoviam reuniões os intelectuais que se identificaram com a idéia de Lúcio de Mendonça de criar uma Academia Brasileira de Letras. Machado desde o princípio apoiou a idéia e compareceu às reuniões preparatórias e, no dia 28 de janeiro de 1897, quando se instalou a Academia, foi eleito presidente da instituição, cargo que ocupou até sua morte, ocorrida no Rio de Janeiro em 29 de setembro de 1908. Sua oração fúnebre foi proferida pelo acadêmico Rui Barbosa.

É o fundador da cadeira nº. 23, e escolheu o nome de José de Alencar, seu grande amigo, para ser seu patrono. Por sua importância, a Academia Brasileira de Letras passou a ser chamada de Casa de Machado de Assis.

Dizem os críticos que Machado era “urbano, aristocrata, cosmopolita, reservado e cínico, ignorou questões sociais como a independência do Brasil e a abolição da escravatura. Passou ao longe do nacionalismo, tendo ambientado suas histórias sempre no Rio, como se não houvesse outro lugar.

A galeria de tipos e personagens que criou revela o autor como um mestre da observação psicológica. Sua obra divide-se em duas fases, uma romântica e outra parnasiano-realista, quando desenvolveu inconfundível estilo desiludido, sarcástico e amargo.

O domínio da linguagem é sutil e o estilo é preciso, reticente. O humor pessimista e a complexidade do pensamento, além da desconfiança na razão (no seu sentido cartesiano e iluminista), fazem com que se afaste de seus contemporâneos.”

Obras Literárias de Machado de Assis. (Esses livros são links em formato PDF.)

Romance

Ressurreição, 1872.

A mão e a luva, 1874.

Helena, 1876.

Iaiá Garcia, 1878.

Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881.

Casa Velha (1885)

Quincas Borba, 1891.

Dom Casmurro, 1899.

Esaú Jacó, 1904.

Memorial de Aires, 1908.

Conto:

Contos Fluminenses,1870.

Histórias da meia-noite, 1873.

Papéis avulsos, 1882.

Histórias sem data, 1884.

Várias histórias, 1896.

Páginas recolhidas, 1899.

Relíquias de casa velha, 1906.

Poesia

Crisálidas, 1864.

Falenas, 1870.

Americanas, 1875.

Gazeta de Holanda (1886-88)

Ocidentais (1901)      

O Almada (1908) 

Dispersas (1854-1939) 

Crônica

Comentários da semana (1861-1863) 

Crônicas do Dr. Semana (1861-1864)  

Crônicas – O futuro (1862-1863) 

Ao acaso (1864-1865)   

Cartas fluminenses (1867)  

Badaladas (1871-1873)

História de quinze dias (1876-1877)

História dos trinta dias (1878) 

Notas semanais (1878)      

Balas de estalo (1883-1886) 

Bons dias! (1888-1889) 

A semana (1892-1800)

Dispersas (em ordem cronológica) 

O jornal e o livro (1859)    

A reforma pelo jornal (1859)

Aquarelas (1859)  

O Visconde de Castilho (1875)   

Cherchez la femme (1881)   

José de Alencar (1883)  

Joaquim Serra (1888)

O futuro dos argentinos (1888)   

Entre 1892 e 1894 (1892-1894)    

Henrique Chaves (1893)

Henrique Lombaerts (1897)  

O velho Senado (1898)          

Teatro

As forcas caudinas (1956)    

Hoje avental, amanhã luva (1860)    

Desencantos (1861)   

O caminho da porta /  O protocolo (1863)    

Quase ministro (1864) 

Os deuses de casaca (1866)  

O bote de rapé (1878)  

Tu, só tu, puro amor (1880)

Não consultes médico (1899) 

Lição de botânica (1906)  

Crítica

O Passado, o presente e o futuro da literatura (1858)  

Idéias sobre o teatro (1859)  

Revista dos teatros (1859)    

Revista Dramática (1860)     

A Crítica teatral. José de Alencar: Mãe (1860)   

Crítica variada – Diário do RJ (1862)   

Flores e Frutos, de Bruno Seabra (1862)  

Pareceres – Conservatório Dramático (1862 – 1864)

Homem de Mello e B. Pinheiro – A Constituinte perante a História e Sombras e Luz (1863)

Peregrinação pela província de S. Paulo, por A. E. Zaluar (1863) 

Revelações, de A. E. Zaluar (1863)  

Dois folhetins. Suplício de uma mulher (1865)  

O Ideal do crítico (1865) 

Álvares de Azevedo: Lira dos vinte anos (1866) 

Crítica teatral (1866) 

Fagundes Varela – Cantos e fantasias (1866)  

J.M. de Macedo: O culto do dever (1866)  

José de Alencar: Iracema (1866)  

Junqueira Freire: Inspirações do claustro (1866)   

Porto Alegre: Colombo (1866)  

Propósito (1866)  

Castro Alves (1868)  

Lúcio de Mendonça: Névoas matutinas (1872)   

Un cuento endemoniado e La mujer misteriosa, de Guilherme Malta (1872)  

Notícia da atual literatura brasileira: Instinto de nacionalidade (1873)  

Fagundes Varela (1875)      

Eça de Queirós: O primo Basílio (1878)  

Francisco de Castro: Harmonias errantes (1878)   

A Nova geração (1879) 

Carlos Jansen: Contos seletos das mil e uma noites (1882)

Raimundo Correia: Sinfonias (1882)

Alberto de Oliveira: Meridionais (1884)  

Enéias Galvão: Miragens (1885)

L. L. Fernandes Pinheiro Júnior: Tipos e quadros (1886)

José de Alencar: O Guarani (1887)  

Henriqueta Renan (1896)

Discursos na Academia Brasileira de Letras (1897)

Magalhães de Azeredo: Procelárias (1898)

Cenas da vida amazônica, de José Veríssimo (1899)   

Garrett (1899)

Eça de Queirós (1900) 

Eduardo Prado (1901)

Magalhães de Azeredo e Mário de Alencar: Horas sagradas e Versos (1902)

Oliveira Lima: Secretário d’el-rei (1904)      

Joaquim Nabuco: Pensées détachées et souvenirs (1906)     

Tradução

Suplício de uma mulher (1865)

Os trabalhadores do mar (1866)  

Oliver Twist (1870)    

Miscelânea

Os imortais (1859)     

Queda que as mulheres têm para os tolos (1861)    

Carta ao Sr. Bispo do RJ (1862)  

Carta à redação da Imprensa Acadêmica (1864)

Pedro Luís (1884)

A morte de Francisco Otaviano (1889)  

Secretaria de Agricultura (1890)  

A Paixão de Jesus (1904)  

Gonçalves Dias (1906) 

A Estátua de José de Alencar (1906)

Em 1975, a Comissão Machado de Assis, instituída pelo Ministério da Educação e Cultura, organizou e publicou as Edições críticas de obras de Machado de Assis, em 15 volumes.

Seus trabalhos são constantemente republicados, em diversos idiomas, tendo ocorrido à adaptação de algumas de suas obras literárias para o cinema e para televisão.

O fato de ter escrito em português, uma língua de poucos leitores, tornou difícil o reconhecimento internacional de Machado de Assis. A partir do final do século 20, porém, suas obras têm sido traduzidas para o inglês, o francês, o espanhol e o alemão, despertando interesse mundial. De fato, trata-se de um dos grandes nomes do Realismo, que pode se colocar lado a lado ao francês Flaubert ou ao russo Dostoievski, apenas para citar dois dos maiores autores do mesmo período na literatura universal.

Machado de Assis morreu de câncer, em sua casa situada na Rua Cosme Velho em sua cidade natal, no ano de 1908. Foi decretado luto oficial no Rio de Janeiro e seu enterro, acompanhado por uma multidão, atesta a fama alcançada pelo autor.

Referencias

www.suapesquisa.com/machadodeassis

www.releituras.com/machadodeassis_bio.asp

machado.mec.gov.br

Hemerson Gomes Couto. Bacharel em Direito pela Faculdade Integrada de Cacoal – UNESC. É especialista em direito da criança e do adolescente, Escritor, Blogueiro.